Aqui está o motivo principal da criação do blog: propor uma língua escrita construída (por não ter surgido naturalmente na história) baseada no português do Brasil, mas com algumas características únicas.
Pretendo tornar esta página bem longa, mas aos poucos: relacionando com posts menores onde terão discussões sobre cada aspecto do idioma.
Por enquanto, a conlang se chamará Braziliaŋ (pronunciado bra-zi-li-ã). Em português, é escrito Braziliã.
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Sumário
1 - Introdução
2 - Som e escrita
3 - Palavra
4 - Vocabulário
5 - Exemplo
(mais em breve)
- - -
Pretendo tornar esta página bem longa, mas aos poucos: relacionando com posts menores onde terão discussões sobre cada aspecto do idioma.
Por enquanto, a conlang se chamará Braziliaŋ (pronunciado bra-zi-li-ã). Em português, é escrito Braziliã.
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Sumário
1 - Introdução
2 - Som e escrita
3 - Palavra
4 - Vocabulário
5 - Exemplo
(mais em breve)
- - -
1 - Introdução
Algumas considerações iniciais:
- Braziliã é uma língua construída com base no português do Brasil.
- Possui ortografia diferente, apropriada para valorizar os aspectos da fala brasileira em geral, de maneira mais eficiente para escrever.
- A fonologia e gramática foram baseadas na linguagem popular, mas contêm alguns pontos construídos artificialmente ou exagerados, como o gênero dúbio e a não indicação de plural em palavras de conteúdo.
- O vocabulário é o mesmo, porém, com simplificações e adoção de palavras curtas de origem indígena, especialmente do tupi.
- A ordem das palavras nas frases é mais variada em relação ao português escrito, incluindo o uso de tópicos.
2 - Som e escrita
Nesta seção, são apresentados os sons básicos ou fonemas (Fonética), como eles são realizados em posições diferentes nas palavras e entre palavras (Fonologia), usando o alfabeto fonético internacional (AFI) e a representação gráfica dos sons em letras, com regras para seu funcionamento (Ortografia), de forma construtiva.
As vogais são organizadas em três colunas principais: as vogais "de frente", as "de meio", e as "de trás". Não existe distinção entre vogais curtas e longas, nem entre vogais com os lábios relaxados ou arredondados (as vogais "de trás" tendem a ser arredondadas e as outras não). A maior diferença está na altura da vogal, ou seja, se ela é pronunciada com a boca mais aberta ou mais fechada e essa característica está muito ligada aos gêneros gramaticais e ao peso silábico.
Pra quem não reconhece símbolos da AFI, veja aqui. Cuidado! Para o AFI, símbolo /j/ é equivalente ao "i rápido" em PRAIA ou ao J em alemão, e não ao nosso J, que é representado por /ʒ/.
Se pode dizer que a pronúncia principal de cada letra é: A = /a/; E = /e/; I = /i/; O = /o/; U = /u/ e Y = /ɨ/. Mas, dependendo de sua posição na palavra, ou mesmo em palavras específicas, sua pronúncia pode ser mais aberta (pra baixo) ou mais fechada (pra cima).
A letra Y não existe como vogal nativa em português, mas em braziliã ela representa uma vogal muito comum entre as línguas indígenas do Brasil. Sua pronúncia é entre I e U: com os lábios relaxados como I, mas pronunciado mais pra trás da boca, próximo a U.
Olhando para as vogais escritas do lado esquerdo, é possível agrupá-las de formas diferentes:
- "De frente": I, E / "De meio": Y, A / "De trás": U, O
- "Pesadas": E, Y, O / "Leves": I, A, U
- "Apoiantes": I, Y, U / "Apoiadas": E, A, O
Por "apoiante", quero dizer que quando aparecem depois de uma vogal, normalmente se juntam a ela na mesma sílaba, formando o que se chama de ditongo decrescente.
2.2 - Consoantes
Na posição inicial de palavra ou sílaba, as consoantes têm um som bem fácil de predizer. Porém, em posição final de sílaba ou palavra, algumas apresentam mudanças na pronúncia dependendo dos sons mais próximos.
Na posição inicial, são separadas em grupos de acordo com o tipo de som produzido e ponto de articulação, segundo a AFI:
Para cada fonema existe uma letra correspondente:
P /p/ T /t/ K /k/ Q /kw/
B /b/ D /d/ G /g/ W /gw/
F /f/ S /s/ C /ʃ/
V /v/ Z /z/ J /ʒ/
M /m/ N /n/ Ŋ ***
L /l/ R /r/ H /h/ X /ks/
Não existe diferenciação de duração do som de uma consoante (como as letras "geminadas" em italiano) nem distinção entre consoantes aspiradas ou não. Um falante nativo pronunciaria as geminadas e as aspiradas como se não tivessem essas propriedades.
T e D: têm ponto de articulação variável dependendo do som que segue. Se for antes de /i/,/j/, mudam para pós-alveolares e ficam parecidos com o CH inglês, só que com menos fricção. Antes de /ɨ/,/ɰ/ ficam alveolares e antes das outras vogais, ficam denti-alveolares. Antes de pausa ou algumas consoantes, podem ganhar um som de /i/ ou /j/ depois e, portanto, se tornarem pós-alveolares. Esse mesmo padrão de mudança acontece com várias outras consoantes não-labiais, se bem que as labiais também podem ganhar um /i/.
S e Z: No final da palavra, S e Z assimilam em voz com o som seguinte, mas se diferenciam em peso silábico: S é capaz de ser usado no final de uma palavra e não tornar a última sílaba mais forte (e até mesmo enfraquecer vogais "pesadas"). Por isso é considerado uma consoante "leve". Já o Z final traz a sílaba forte para a última e ainda recebe um som de /j/ antes.
A realização desses dois sibilantes no final de sílaba é variada entre os sotaques e, dentro de alguns deles, variada dependendo do som seguinte, podendo aparecer como /s,z,ʃ,ʒ,x.../ ou até mesmo mudo na fala mais rápida.
R e H: Agora R sempre representa um som brando em posição inicial, como em ARARA, mesmo se for usado no início da palavra. H representa o som que era do R inicial ou RR medial em português. No final da palavra, R e H partilham o fonema especial /ɹ/, que na verdade pode ser realizado de muitas maneiras dependendo do sotaque e dos sons vizinhos. Então, seu uso depende do peso silábico, assim como S e Z. R é "leve" e H é "pesado", mas não recebe /j/ antes como Z.
R e L: A letra L é mais problemática pois, apesar de representar um fonema separado em posição inicial, pode ser confundido com R ou U (e agora com H também) em outras posições, como em grupos de consoantes ou no final da sílaba ou da palavra. A pronúncia considerada padrão de L seria /l/ no início de palavra, sílaba e depois de outra consoante (grupo consonantal) e /w/ em posição final de sílaba e palavra. Por enquanto, a posição em que L mais se preserva como /l/ é na inicial da palavra e depois no meio da palavra entre vogais.
X: O fonema /ks/ está na tabela pois tem uma letra própria, mas em muitos casos é realizado ou pensado como dois sons separados (às vezes até como duas sílabas). A parte oclusiva pode receber um /j/ depois, e a parte sibilante assimila a condição de voz do som seguinte.
Ŋ: Essa letra especial aparece quase sempre em posição final de sílaba ou palavra e tem a função de nasalizar a vogal anterior. Dependendo do sotaque e da posição da vogal, pode adicionar alguma nuance de pronúncia como uma semivogal nasal ou mesmo terminar como uma consoante nasal completa. Raramente aparece no início de palavras, tendo ali a pronúncia de / j̃ /.
O fonema mostrado na tabela apenas indica a região possível de ponto de articulação e o modo como se produz: um nasal, mas não completamente obstruído. Apesar disso, um estrangeiro, por exemplo, não teria problemas de ser entendido ao pronunciar a letra Ŋ como um nasal completo, como o NG do inglês ou do alemão.
Quem fala português deve estar se perguntando sobre o dígrafo 'lh'... Existe uma chance inimente dessa dupla se transformar em 'i' no Brasil, criando palavras com mesmo som, como 'teia' (teia e telha). Por isso, o tradicional som do LH foi substituído pela vogal Y, criando um meio sutil de diferenciação de palavras e aumentando a frequência de uso da nova vogal indígena. Por ser parecido com I e U, muitas palavras com Y, U e I adjacentes foram simplificadas para não criar uma pronúncia que não se sustentaria por muito tempo. Isso será discutido mais tarde.
Algumas notas comparativas com o português do Brasil:
- Antes de tudo, a maioria dos sons na pronúncia se mantém. O que muda é a letra usada para representar tal som. Nas próximas notas, não quero dizer que 'casa' será pronunciada como 'chassa' por C representar o que era CH, mas a grafia será mudada para ficar mais próxima da fala popular (não exata, pois seria muito complexo, apesar de muitos brasileiros não perceberem. Sobre esse tópico, veja esse meu post). Ou seja, o que era 'casa' não será pronunciado diferente, mas será escrito diferente, como 'kaza', de maneira mais eficiente de acordo com características do jeito brasileiro de pronunciar as palavras. Todavia, algumas palavras terão além disso a pronúncia simplificada devido a processos fonológicos;
- C tem a pronúncia que era do CH (Só pra esclarecer: já tinha pensado nessa letra aqui antes de ter visto seu uso no idioma construído Lojban);
- G tem sempre o mesmo tipo de som, como era na sequência GA, GUE, GUI, GO, GU;
- H tem som parecido com o H inglês; não é mais uma consoante muda. Subsitui o R forte inicial e RR no meio da palavra. Também é usado no final da palavra, com pronúncia alterada;
- K substitui o que era CA, QUE, QUI, CO, CU em português;
- M e N no final de sílaba são pronunciados como no início de sílaba, mas normalmente com um 'i' adicional para ajudar na realização;
- O dígrafo NH foi substituído por IŊ (ou só Ŋ depois de E ou I). Tanto o til como os finais M e N foram substituídos pela nova letra Ŋ, observando algumas simplificações que serão abordadas mais tarde;
- LH (e também seu som) foi substituído por Y, com corte de I e U próximos;
- Q e W representam o que era QÜ e GÜ, diminuíndo a quantidade de acentos gráficos (incluíndo na vogal anterior à dupla);
- R é sempre brando, como em 'arara', mesmo se estiver no início de palavra. A letra R forte e RR foram trocados por H. É usado também no final de palavra como um final fraco em oposição à letra H;
- S é sempre forte na posição inicial de palavra ou sílaba, mesmo entre vogais. No final de sílaba ou palavra, sofre mudanças (já apresentadas acima);
- X é uma representação especial da dupla KS. Não representa mais os outros três sons que podia ter em português (de CH, S ou Z), sendo que para cada som foi atribuída uma letra específica;
- Y é uma nova vogal entre I e U, similar ao E fraco em português de Portugal, por exemplo, na palavra 'que'.
Para resumir, as letras de consoante podem ser agrupadas de formas diferentes:
Oclusivas ou "trancadas": P, B, T, D, K, G, Q, W
Africada ou "tchiadas": X, (comparável a TC, TS, PS...)
Fricativas ou "chiadas": F, V, S, Z, C, J, H
Nasais: M, N, Ŋ
Líqüida: L
Tepe ou "tapa": R
"Leves": R, S
"Pesadas": B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, Ŋ, P, Q, T, V, W, X, Z
"Sem voz": P, T, K, Q, F, S, C
"Com voz": B, D, G, W, V, Z, J, M, N, Ŋ, L, R
"Variáveis em voz": S e Z (posição final ou "coda"), X (só a parte sibilante), H
A B C D E F G H I J K L M N Ŋ O P Q R S T U V W X Y Z
A letra nova dá uma identidade visual maior para o texto (ver post A cara do texto). Pode ter duas formas maiúsculas dependendo da fonte:
Achei necessário fazer uma seção sobre vocabulário, por braziliã ser uma língua derivada diretamente do português do Brasil (PT-Br). Já vai ser possível então descobrir como uma palavra em português pode ser transformada numa em braziliã.
Quem sabe escrever bem em português do Brasil vai achar estranho que muitas palavras sofreram simplificação além da simples mudança de letras. O principal motivo é pelo que já acontece na linguagem popular, mas também é para aproveitar os pontos fortes da escrita e evitar seus pontos fracos.
4.1 - Transcrição
A primeira etapa para formar uma palavra em braziliã partindo do PT-Br é reescrever de acordo com a ortografia braziliã (siglado em BZ porque BR já é destinado para a língua bretã, pelo menos nos códigos de teclado).
Para não estender muito essa página, optei por colocar exemplos de palavras em PT-Br indo para BZ, com informações ao lado. Ao aparecer duas palavras em BZ entre X, é porque será sugerido outro grau de simplificação: na forma da palavra (seguindo a palavra raiz ou principal), para cortar alguma redundância, substituição por palavra curta de origem indígena (principalmente do tupi antigo ou da língua brasílica), abreviação, ou outro motivo específico.
! Atenção: ainda não estou tão seguro de simplificações mais locais que estão sendo implantadas como gerais da linguagem popular. Por isso, pode haver mudanças nessa parte, e também noutras partes da página como um todo.
A lista abaixo está ordenada de forma construtiva, ou seja, para que o falante de PT-Br possa ir acompanhando o processo de transformação mais facilmente. Confira antes os símbolos do Alfabeto Fonético Internacional (AFI) se você não está familiarizado com eles.
PT-Br > BZ /AFI/ : Informação
a pá > a pá /'pa/ : palavras de conteúdo com 1 sílaba mantêm o acento em A para facilitar o fluxo da leitura.
já > ja /ʒa/ : palavras de função podem ficar sem acento quando têm 1 sílaba.
a fé > a fe /'fɛ/ : a letra E não precisa mais de acento no final das palavras se não conflitar com outra palavra.
o pé > u pé /'pɛ/ : manteve o acento pra evitar conflito com a contração pe (pa "para" + e "artigo dúbio").
o bidê > u bide /bi'de/ : no final de cada palavra, a pronúncia de E e O deve ser memorizada.
aí > ae /a'E/ : o fonema /E/ aqui quer dizer que pode ser pronunciado em qualquer altura entre /i/ e /e/.
a vida > a vida /'vidə/ : o fonema /ə/ é mais como [ɐ] no final fraco, ou até [a] quando se grita alto a palavra.
sou > so /'so/ : em muitos casos, OU passou pra O, e EI passou pra E.
só > só /sɔ/ : o acento diferencia do verbo so "sou".
EN the tatoo > BZ a tato /ta'tu/ : no final de cada palavra, a pronúncia de E e O deve ser memorizada.
o pulo > u pulu /'pulu/ : o /u/ fraco no final da palavra é escrito com U agora.
mole > moli /'mɔli/ : o /i/ fraco no final da palavra é escrito com I agora.
a idade > a idad /i'dadj/ : o /i/ fraco final pode ser cortado, menos em verbos e em nomes variáveis.
a fita > a fita /'fitə/
a loja > a loja /'lɔʒə/
a norma > a norma /'nɔɹmə/
o tapa > u tapa /'tapə/
a uva > a uva /'uvə/
a zona > a zona /'zonə/
o sapo > u sapu /'sapu/
a capa > a kapa /'kapə/
a cebola > a sebola /se'bolə/
o laço > u lasu /'lasu/
nascido > nasidu /na'sidu/
trouxe > trosi /'trosi/
exceto > esetu /e'sɛtu/
o passe > u pasi /'pasi/
a casa > a kaza /'kazə/
o verso > u versu /'vɛɹsu/
o transe > u traŋzi /'trə̃zi/
o exame > u izam /i'zəmj/
o gás > u gaz /'gajs/
o vírus > u virus /'viɾus/
o chá > u cá /'ʃa/
o xerife > e cerifi /ʃe'ɾifi/
o maxixe > u macic /ma'ʃiʃj/
a creche > a krec /'kɾɛʃj/
o fax > u fax /'faks/
o táxi > u taxi /'taksi/
a gota > a gota /'gotə/
Por "apoiante", quero dizer que quando aparecem depois de uma vogal, normalmente se juntam a ela na mesma sílaba, formando o que se chama de ditongo decrescente.
2.2 - Consoantes
Na posição inicial de palavra ou sílaba, as consoantes têm um som bem fácil de predizer. Porém, em posição final de sílaba ou palavra, algumas apresentam mudanças na pronúncia dependendo dos sons mais próximos.
Na posição inicial, são separadas em grupos de acordo com o tipo de som produzido e ponto de articulação, segundo a AFI:
Para cada fonema existe uma letra correspondente:
P /p/ T /t/ K /k/ Q /kw/
B /b/ D /d/ G /g/ W /gw/
F /f/ S /s/ C /ʃ/
V /v/ Z /z/ J /ʒ/
M /m/ N /n/ Ŋ ***
Não existe diferenciação de duração do som de uma consoante (como as letras "geminadas" em italiano) nem distinção entre consoantes aspiradas ou não. Um falante nativo pronunciaria as geminadas e as aspiradas como se não tivessem essas propriedades.
T e D: têm ponto de articulação variável dependendo do som que segue. Se for antes de /i/,/j/, mudam para pós-alveolares e ficam parecidos com o CH inglês, só que com menos fricção. Antes de /ɨ/,/ɰ/ ficam alveolares e antes das outras vogais, ficam denti-alveolares. Antes de pausa ou algumas consoantes, podem ganhar um som de /i/ ou /j/ depois e, portanto, se tornarem pós-alveolares. Esse mesmo padrão de mudança acontece com várias outras consoantes não-labiais, se bem que as labiais também podem ganhar um /i/.
S e Z: No final da palavra, S e Z assimilam em voz com o som seguinte, mas se diferenciam em peso silábico: S é capaz de ser usado no final de uma palavra e não tornar a última sílaba mais forte (e até mesmo enfraquecer vogais "pesadas"). Por isso é considerado uma consoante "leve". Já o Z final traz a sílaba forte para a última e ainda recebe um som de /j/ antes.
A realização desses dois sibilantes no final de sílaba é variada entre os sotaques e, dentro de alguns deles, variada dependendo do som seguinte, podendo aparecer como /s,z,ʃ,ʒ,x.../ ou até mesmo mudo na fala mais rápida.
R e H: Agora R sempre representa um som brando em posição inicial, como em ARARA, mesmo se for usado no início da palavra. H representa o som que era do R inicial ou RR medial em português. No final da palavra, R e H partilham o fonema especial /ɹ/, que na verdade pode ser realizado de muitas maneiras dependendo do sotaque e dos sons vizinhos. Então, seu uso depende do peso silábico, assim como S e Z. R é "leve" e H é "pesado", mas não recebe /j/ antes como Z.
R e L: A letra L é mais problemática pois, apesar de representar um fonema separado em posição inicial, pode ser confundido com R ou U (e agora com H também) em outras posições, como em grupos de consoantes ou no final da sílaba ou da palavra. A pronúncia considerada padrão de L seria /l/ no início de palavra, sílaba e depois de outra consoante (grupo consonantal) e /w/ em posição final de sílaba e palavra. Por enquanto, a posição em que L mais se preserva como /l/ é na inicial da palavra e depois no meio da palavra entre vogais.
X: O fonema /ks/ está na tabela pois tem uma letra própria, mas em muitos casos é realizado ou pensado como dois sons separados (às vezes até como duas sílabas). A parte oclusiva pode receber um /j/ depois, e a parte sibilante assimila a condição de voz do som seguinte.
Ŋ: Essa letra especial aparece quase sempre em posição final de sílaba ou palavra e tem a função de nasalizar a vogal anterior. Dependendo do sotaque e da posição da vogal, pode adicionar alguma nuance de pronúncia como uma semivogal nasal ou mesmo terminar como uma consoante nasal completa. Raramente aparece no início de palavras, tendo ali a pronúncia de / j̃ /.
O fonema mostrado na tabela apenas indica a região possível de ponto de articulação e o modo como se produz: um nasal, mas não completamente obstruído. Apesar disso, um estrangeiro, por exemplo, não teria problemas de ser entendido ao pronunciar a letra Ŋ como um nasal completo, como o NG do inglês ou do alemão.
Quem fala português deve estar se perguntando sobre o dígrafo 'lh'... Existe uma chance inimente dessa dupla se transformar em 'i' no Brasil, criando palavras com mesmo som, como 'teia' (teia e telha). Por isso, o tradicional som do LH foi substituído pela vogal Y, criando um meio sutil de diferenciação de palavras e aumentando a frequência de uso da nova vogal indígena. Por ser parecido com I e U, muitas palavras com Y, U e I adjacentes foram simplificadas para não criar uma pronúncia que não se sustentaria por muito tempo. Isso será discutido mais tarde.
Algumas notas comparativas com o português do Brasil:
- Antes de tudo, a maioria dos sons na pronúncia se mantém. O que muda é a letra usada para representar tal som. Nas próximas notas, não quero dizer que 'casa' será pronunciada como 'chassa' por C representar o que era CH, mas a grafia será mudada para ficar mais próxima da fala popular (não exata, pois seria muito complexo, apesar de muitos brasileiros não perceberem. Sobre esse tópico, veja esse meu post). Ou seja, o que era 'casa' não será pronunciado diferente, mas será escrito diferente, como 'kaza', de maneira mais eficiente de acordo com características do jeito brasileiro de pronunciar as palavras. Todavia, algumas palavras terão além disso a pronúncia simplificada devido a processos fonológicos;
- C tem a pronúncia que era do CH (Só pra esclarecer: já tinha pensado nessa letra aqui antes de ter visto seu uso no idioma construído Lojban);
- G tem sempre o mesmo tipo de som, como era na sequência GA, GUE, GUI, GO, GU;
- H tem som parecido com o H inglês; não é mais uma consoante muda. Subsitui o R forte inicial e RR no meio da palavra. Também é usado no final da palavra, com pronúncia alterada;
- K substitui o que era CA, QUE, QUI, CO, CU em português;
- M e N no final de sílaba são pronunciados como no início de sílaba, mas normalmente com um 'i' adicional para ajudar na realização;
- O dígrafo NH foi substituído por IŊ (ou só Ŋ depois de E ou I). Tanto o til como os finais M e N foram substituídos pela nova letra Ŋ, observando algumas simplificações que serão abordadas mais tarde;
- LH (e também seu som) foi substituído por Y, com corte de I e U próximos;
- Q e W representam o que era QÜ e GÜ, diminuíndo a quantidade de acentos gráficos (incluíndo na vogal anterior à dupla);
- R é sempre brando, como em 'arara', mesmo se estiver no início de palavra. A letra R forte e RR foram trocados por H. É usado também no final de palavra como um final fraco em oposição à letra H;
- S é sempre forte na posição inicial de palavra ou sílaba, mesmo entre vogais. No final de sílaba ou palavra, sofre mudanças (já apresentadas acima);
- X é uma representação especial da dupla KS. Não representa mais os outros três sons que podia ter em português (de CH, S ou Z), sendo que para cada som foi atribuída uma letra específica;
- Y é uma nova vogal entre I e U, similar ao E fraco em português de Portugal, por exemplo, na palavra 'que'.
Para resumir, as letras de consoante podem ser agrupadas de formas diferentes:
Oclusivas ou "trancadas": P, B, T, D, K, G, Q, W
Africada ou "tchiadas": X, (comparável a TC, TS, PS...)
Fricativas ou "chiadas": F, V, S, Z, C, J, H
Nasais: M, N, Ŋ
Líqüida: L
Tepe ou "tapa": R
"Leves": R, S
"Pesadas": B, C, D, F, G, H, J, K, L, M, N, Ŋ, P, Q, T, V, W, X, Z
"Sem voz": P, T, K, Q, F, S, C
"Com voz": B, D, G, W, V, Z, J, M, N, Ŋ, L, R
"Variáveis em voz": S e Z (posição final ou "coda"), X (só a parte sibilante), H
2.3 - Alfabeto
Na escrita, o braziliã usa o alfabeto latino moderno, com uma consoante nasal adicional e um acento gráfico (agudo) que pode ser usado sobre as vogais para marcar a sílaba forte ou diferenciar palavras curtas, mas não mais pra diferenciar qualidade de vogais.
A B C D E F G H I J K L M N Ŋ O P Q R S T U V W X Y Z
a b c d e f g h i j k l m n ŋ o p q r s t u v w x y z
A letra nova dá uma identidade visual maior para o texto (ver post A cara do texto). Pode ter duas formas maiúsculas dependendo da fonte:
Ŋ ŋ, Ŋ ŋ, Ŋ ŋ, Ŋ ŋ, Ŋ ŋ, Ŋ ŋ, Ŋ ŋ.
O conceito de classes se confunde com a posição que uma palavra pode ocupar no discurso. Em geral, cada classe tem uma posição mais ou menos definida, mas uma palavra de uma classe pode ocupar uma posição diferente, alterando seu papel e também seu significado. Ainda assim, em braziliã, a classificação é feita pelas características ou posição mais originais da forma da palavra e não em cada posição como uma classe diferente.
Nom: é a referência ou imagem mental mais básica. Nos nomes de conteúdo, nuances de informações podem ser adicionadas acoplando pequenas partes no início ou fim da palavra, às vezes criando novas palavras. É o grupo mais aberto, importando termos ou criando a partir de aglutinações.
Qali: é a referência ou imagem mental secundária, tornando praticamente infinita a quantidade de informações que podem ser adicionadas sobre um nome.
De fato, essa classe partilha muitos atributos com os nomes, porém a diferença pode estar na formação da imagem mental. Por exemplo, quando se diz "caderno", alguém pensa simplesmente num caderno, com características normais ou as primeiras que vem à memória, mas quando se diz "amarelo", alguém pensa na primeira coisa que tem essa característica de "amarelo". Em ambos os casos, tinha "coisas": o "caderno" e a "coisa" amarela. Então, as qali são conceitos dependentes, mesmo quando ocupam a posição de nome numa frase.
Verbu: é o principal mediador dos compontentes do discurso, transmitindo a ideia de ação, estado ou fenômeno. Sua forma básica (seŋ fiŋ, o "infinitivo" do português) é como uma imagem mental de um processo sem tempo definido. Porém, pode ser conjugado: informações "particulares" inseridas no verbo, como pessoa, tempo e modo, tornam essa palavra capaz de expressar uma ideia completa, mesmo sem o uso de qualquer outra palavra separada.
Partiqa: é a palavra que não se encaixa bem nas características das outras 3 classes. Pode ser uma expressão isolada, ou uma partícula que hierarquiza componentes de uma frase ou coordena até frases inteiras.
3.2 - Gênero
No contrário da tendência de alguns idiomas de excluir a indicação de gênero, o braziliã se caracteriza por um sistema inclusivo de 3 gêneros, cada um com uma vogal final associada: dubi (dúbio, com o final -i), maci (masculino, terminando em -u) e femi (feminino, de final -a). Para mais informações sobre gênero, ver o post Minhas amigas e meus amigos.
Apesar dos termos, o gênero não é apenas um indicador biológico, mas é usado como um marcador gramatical em todos os nomes, e depois, por concordância, em adjetivos, pronomes e outras classes também. A vantagem é que se pode ter, de uma mesma raiz, até 3 palavras com significados desde muito semelhantes até muito diferentes.
O gênero dubu pode ser usado nas seguintes situações:
- Quando alguém sabe que a palavra supõe gênero biológico, mas não se sabe especificamente qual é, ou não se quer especificar. (caráter indefinido)
- Para indicar que tanto masculino como feminino podem ser incluídos. (caráter comum)
- Nas referências primárias a seres sem sexo perceptível (insetos, peixes), seres infantis, divinos, e também alguns nomes importados de idiomas que não marcam gênero na construção das frases. (caráter neutro)
A formação do gênero feminino através da adição de sufixo sobre o nome masculino cria um desequilíbrio entre os gêneros e portanto deve ser evitado. Soluções mais apropriadas são a mudança da vogal leve final, uso de sequências fonéticas, uso do sufixo igualmente em todos os gêneros e um adjetivo como gênero dúbio entre palavras com raízes muito diferentes.
Existe ainda uma distinção entre palavras que têm um sentido não animado (objetos, conceitos) e as que têm sentido animado (animais, pessoas, seres divinos ou humanizados). Nas primeiras, o gênero tem caráter puramente gramatical e os finais das palavras não precisam estar alinhados com aqueles associados ao gênero. Por isso, é importante sempre memorizar o artigo (dubi = e /e/, maci = u /u/, femi = a /a/, palavrinha que dá informação de definição e gênero ao nome.
De acordo com o gênero, as palavras podem ser:
duba
e umani, e y, e aŋ, e hept
maca
u om, u kahu, u pé, u lema
fema
a mye, a hua, a sy, a fotu
variav - Podem ter sua forma alterada para indicar gênero. Em alguns casos, a altura da vogal na sílaba forte também muda, formando uma sequência fonética. Nos dicionários, a forma que aparece é a com gênero dúbio, com especificações sobre o a formação do masculino e feminino quando necessário.
e gati, u gatu, a gata (alternância da vogal leve final)
e hei, u hoi, a hai (sequência fonética horizontal, indicada na ortografia)
e vó /vu/, u vó /vo/, a vó /vɔ/ (sequência fonética vertical, não indicada na ortografia)
e bovini, u boi, a vaka (adjetivo representando o gênero dúbio)
komuŋ - são também variáveis em gênero, mas não mudam sua forma. O que muda são as palavras relacionadas, que devem concordar. Não é incomum em nomes de animais e adjetivos.
e galiŋ, u galiŋ, a galiŋ
e gati jub, u gatu jub, a gata jub
Alguns nomes são invariáveis, mas fazem referência a seres humanos, de qualquer gênero ou até mesmo quando apenas um gênero biológico está incluído. Portanto, essas palavras têm um gênero gramatical definido, mas com um significado mais neutro.
a pesoa, e juri, u kazal
Em braziliã, até os verbos têm um gênero indicativo para lembrar da pronúncia e da concordância caso sejam usados na posição de nom.
3.3 - Número
Em braziliã, a informação de quantidade (distinção entre singular e plural) não é marcada na maioria das palavras, senão num grupo especial de qali:, com a adição da consoante "leve" final -s. Note que sua pronúncia é bem variada, dependendo do som seguinte e ainda do sotaque, podendo ser realizado como /s,z,ʃ,ɣ,j/ ou até não ser pronunciada.
3.4 - Outras maneiras de formar palavras
Além das informações de gênero e número, muitas outras podem ser indicadas agregando partículas na palavra principal. Em alguns casos, as partículas "comem" o final da palavra (aglutinação); em outros, uma letra de apoio aparece (epêntese). Veja a seguir o tipo de informação agregada e suas partículas:
Ainda estou trabalhando nessa parte. Por isso, pode ser que mude.
(Tamanho ou intensidade: agregada em nom e qali, mas também em outras palavras nessas posições)
-(z)iŋ: diminuição, "pequeno" (mais qualificador)
-(i)q(i/u/a): diminuição, "minúsculo" (mais como formador de novas palavras)
-(z)oiŋ (dubi), -(z)auŋ (maci), -(z)oa (femi): aumentação, "grande"
-(z)asi (d.), -(z)asu (m.), -(z)asa (f.): aumentação; intensidade, "muito" (substitui o antigo -ísim(i/u/a))
-oz(i/u/a), -eŋt(i/u/a): com tal característica, "cheio de" (a pronúncia de -o- sofre sequência fonética)
-ud(i/u/a): aumentação de uma parte, "que tem ... grande"
(Coletividade ou intensidade: agregada a nom)
-(ar)ada, -ria, -(ar)ama, -(ay)ada: quantidade grande, aglomero (o final leve é cortado e o gênero para femi antes de acrescentar esse final)
-eru, -aral, -arel: (mesmo caso anterior, mas o gênero fica maci)
(Direção, posição ou caso: é na maioria formada por partículas do latim e do grego agregadas no início da palavra. É recomendada a desagregação para evitar redundância e facilitar o entendimento)
a(?)-: "a, em, para" (vale igual as preposições ha, iŋ e pa; ? pode ser uma consoante)
iŋ-: "não", "em", "dentro" (vale igual o advérbio nauŋ e a preposição iŋ)
(e)(s/z)-: "fora"
ko(ŋ)-: "com" (vale igual a preposição quŋ, no sentido de algo "junto")
de-, di(s/z)-: reverso, "ao contrário", "sem" (no sentido de "sem", vale igual a preposição seŋ)
per-, por-, tra(ŋ)(z)-: através, além, "por" (vale igual a preposição pur)
su(r)-, super-: "em/de cima", veio de "sobre-, super-" em português (vale igual a preposição sur, "sobre")
su(b)-, so-: "em/de baixo" (vale igual a preposição sob)
pre-: "antes" (vale igual o advérbio aŋts)poz-: "após, depois" (vale igual a preposição poz e o advérbio depois)
iŋter-: "entre" (vale igual a preposição eŋtri)
koŋtra-: "contra"
(Mudança de classe: agregada no final da palara pra mudar de classe. Em geral, é formada uma palavra nova, com significado relacionado)
-(?)k(i/u/a): "de, com", passa para qali (vale igual a preposição di e quŋ, no sentido de posse ou fonte/origem)
-(a)d(i/u/a): mesmo do anterior, mas é tecnicamente uma forma verbal em posição de qali.
-(dad): "característica de quem é, dado", passa para nom femu (esse final agora é opcional, pois o próprio adjetivo pode estar na posição de nom)
-(a/e)d(a/u): "ação de", passa para verbu em posição de nom (substitui o português -ção)
-((a)meŋt): "da maneira", torna a qali mais indireta (advérbio, opcional também, pois o próprio adjetivo pode ser usado para substituir outro)
-(i)á, -e: "-ar/-er", passa para verbu na forma básica (depois pode ser conjugado como qualquer verbo regular. Ver no próximo tópico)
Ainda muitos outros afixos poderiam ser listados aqui. Em princípio, eles são formas adaptadas do português.
Duas palavras com significado completo podem ser combinadas para criar um novo significado: em português, elas podem ser ligadas por um hífen ou separadas por espaço (composição), ou podem ser "grudadas" (justaposição), às vezes fundindo ou perdendo alguma letra no meio (aglutinação). Em braziliã, as que eram separadas por hífen agora ficam separadas, a não ser que forme uma frase com sentido (nesse caso, é melhor grudar tudo, pois poderia causar confusão na hora de entender a frase completa).
A tendência do braziliã é separar as partes. Por exemplo, o prefixo latino ex-, no sentido de "que não é mais", se tornou a qali separada "ez /ejs/"; a palavra composta "verde-oliva" fica verd oliva. Ao mesmo tempo, algumas aglutinações do Tupi surgem na contra-mão dessa tendência: y (/ɨ/, "rio") e ú (/u/, "comida") funcionam como palavras e partículas ao mesmo tempo, formando palavras como Janery (Rio de Janeiro) e itayanú (comida "de italiano", comida italiana). Outras aglutinações são muito comuns em nomes de cidades brasileiras de origem tupi.
3.5 - Conjugação
Os verbos ( formam um grupo especial de palavras que mudam sua forma para acrescentar informação da pessoa que "usa" o verbo e quando/como o verbo é "usado". Esse processo se chama conjugação. Alguns verbos tomam forma específica, mas a maioria segue um padrão regular.
Os verbos regulares são na maioria de conteúdo e representam algum tipo de ação, estado ou acontecimento. Existem dois grupos de verbos de acordo com o final na forma básica (a que aparece no dicionário): o grupo -Á (com gênero indicativo feminino) e o grupo -E (na maior parte de gênero masculino, mas também dúbio). A tabela a seguir mostra as formas usadas e como são conhecidas:
Na parte de pronúncia, o símbolo /E/ é realizado como /e/ na maioria dos verbos, mas em alguns, a pronúncia sobe para /i/ na sílaba forte. Esse grupo pequeno de verbos têm o gênero indicativo dubu.
Bazi ("Base", "básica"): É a forma que aparece no dicionário. Vale igual o infinitivo do português, sendo usado depois de outros verbos (especialmente os de função, para aumentar a quantidade de informação de tempo e modo/aspecto) ou quando uma preposição abre uma nova parte na frase. Pode ser usada na posição de nom dubu para fazer referência a um conceito. Aparece em ordens impessoais escritas.
1a ("primeira", "primária"): é usada para indicar um hábito ou condição que se aplica no momento em que se fala ou também para confirmar uma ação no futuro. Pode ser usada também em ordens diretas (a força pode ser regulada pelo tom de voz).
A pronúncia da sua primeira forma sofre sequência fonética.
Kabada ("acabada"): faz referência direta de algo que se completou agora mesmo ou num passado muito remoto.
Ez ("ex"): é usada para indicar um hábito ou condição no passado, que não se aplica mais no momento em que se fala.
Adiva ("ativa"): representa um processo em andamento. Normalmente precisa de um verbo auxiliar colocado antes para indicar o tempo em que o processo está acontecendo. Pode ser usado na posição de qali ou nom (mudando a vogal final leve de acordo com o gênero) no valor de "algo ou alguém que está ..., conforme o verbo usado".
Pasiva ("passiva"): faz com que a pessoa que "usava" o verbo seja a pessoa que "sofra" os efeitos do verbo. Funciona parecido com a forma adiva, com verbo de função antes e podendo ser qali ou nom, indicando "algo ou alguém que é ..., conforme o verbo usado".
Dita ("dita"): essa forma, derivada do futuro condicional do português, agora funciona como uma afirmação indireta, para dizer algo que ouviu de outra pessoa, acusar ou sugerir. Para indicar melhor o tempo, um verbo de função pode ser colocado antes.
Nas formas 1a e kabada, tem a distinção entre 3 "pessoas":
Iŋterna: se refere à própria pessoa que está falando, ou seja, eu. A escolha de escrever ou esconder o pronome eu é opcional.
Sterna: se refere a todas as outras pessoas definidas, e elas devem ser apresentadas na frase pelo menos uma vez. Porém, em alguns casos, o sujeito da frase não aparece, indicando um fenômeno natural.
Iŋdefineda: é usada sem pronome para indicar que não se sabe quem está "usando" o verbo, ou como uma forma indireta de acusação. Em alguns dialetos, essa forma pode aparecer na referência a mais de uma pessoa, sem incluir as que estão falando (vocês e/ou eles).
Com informação de pessoa, tempo e modo, é possível escrever algo com sentido usando só um verbo conjugado:
Ex.: sofrí. [Traz a informação principal (sofre "sofrer"), quem sofreu (eu), quando (no passado) e como (percebido como um acontecimento ou ciclo que já se completou, não como um hábito)]
Isso é diferente escrever: dezeŋá ["desenhar", mas sem informação suficiente pra formar uma frase com sentido]
Veja a conjugação de alguns verbos regulares:
Diferente dos regulares, os verbos irregulares são normalmente verbos curtos de função, com algumas formas adicionais e devem ser aprendidos individualmente.
4 - Vocabulário
Agora que os sons de vogais e consoantes já foram apresentados, vamos ver como se pronuncia o alfabeto (* com exemplo de pronúncia em português do Brasil):
A á /a/
B be /be/
C ce /ʃe/ * Como em 'cachê'
D de /de/
E e /e/ * Deve ser Ê do português, mas pode ser É
F ef /ɛfj/
G ge /ge/ * Como em 'gueto'
H há /ha/ * Como em 'rato'; RR ou H em inglês
I i /i/
J jota /ˈʒɔtə/
K ká /ka/
L éli /ɛlj/
M em /emj/
N en /enj/
Ŋ eŋ /e ̃j/ * Como no final da cidade 'Itanhaém'
O o /o/ * Deve ser Ô do português, mas pode ser Ó
P pe /pe/
Q qe /kwe/ * Deve ser 'qüê', com a "curvinha" do U
R re /ɾe/ * Como na bebida 'tererê'
S ési /ɛsj/
T te /te/
U ú /u/
V ve /ve/
W wá /gwa/ * Como em 'aguado'
X ex /ɛks/ * Como no filme 'X-Men'
Y y /ɨ/ * Quase U sem "bico"
Z ze /ze/
Escolhi transcrever o som curto de /i/ como /j/ porque depois de consoantes "sem voz", pode ser realizado sem voz também.
2.4 - Sílaba
Uma sílaba é formada por no mínimo 1 letra de vogal.
Em braziliã, existem 5 tipos de posições/espaços dentro de uma sílaba em que uma letra pode estar situada:
1. kapu ("capo", cabeça, palavra de origem italiana): pode ser ocupada por qualquer consoante, menos Ŋ.
2. brasu ("braço"): pode ser ocupada por consoantes mais brandas, mais próximas de vogais, como L, R, Ŋ e também as vogais I, Y e U quando se juntam com a vogal seguinte. Essas vogais podem ser fonologicamente separadas, mas na ortografia ficarão na mesma sílaba.
3. koh ("cór", coração): representa o núcleo da sílaba, ocupada pela vogal principal e única parte obrigatória da sílaba, que é ortograficamente considerada na contagem de sílabas da palavra.
4. perna ("perna"): pode ser ocupada, assim como o brasu, por vogais que se uniram com a principal na mesma sílaba e por consoantes como L, R, H e principalmente Ŋ. Essas consoantes normalmente mudam sua pronúncia quando ocupam posição depois do núcleo da sílaba, ou koh, se comparadas com sua pronúncia nas posições antes do núcelo.
5. koda ("coda", cauda, de origem italiana): pode ser ocupada por quaquer consoante, menos as que são tratadas como perna. Nesta posição, muitas consoantes modificam sua pronúncia ou ganham um /j/ depois (ou antes, no caso de Z), podendo ser analisado fonologicamente como uma nova sílaba, mas fica na mesma sílaba na ortografia.
Estranhamente, uma koda pode aparecer no início de uma palavra antes do kapu, mas será considerada como da mesma sílaba. Se comporta como uma koda, com as modificações habituais (parecendo às vezes uma sílaba separada). O exemplo mais comum é PNEU, onde P recebe um som de vogal para separá-lo do N, como /j/, /i/ ou até ampliando para /e/. Apesar disso, é omitido na ortografia e considerado como parte da mesma sílaba.
O termo krona, formado por letras de cada uma das 5 posições, é usado para designar a posição de uma letra na sílaba. Por exemplo, se pode dizer que a krona da letra U em AULA é perna, e a krona das letras A na mesma palavra é koh.
Vejamos alguns exemplos de análise silábica com krona:
O, EU, TU, OJ, GAZ, BRY, GNU, SKOLA, PAI, MAIŊ, AE, EROI, SPORT, OŊD, ONBUS, ONX, PRAIA, SAI, SAE, DUEŊD.
Em especial, as 3 vogais "leves" (I, A, U) no fim da palavra podem ser afetadas pelo som seguinte (podem perder sua "voz", se transformar em semivogais, ou ainda simplesmente sumir, no caso da letra A seguida de vogal não tônica). Se pode dizer que essas vogais finais apenas "colorem" a palavra, não recebendo ênfase em sua pronúncia. Para que elas recebam ênfase, é preciso indicar com um acento agudo (´). Normalmente, apenas A recebrá acento, enquanto I e U podem ser substituídos por E e O.
A língua braziliã distingue acento silábico, ou seja, em toda palavra existe uma sílaba que é mais enfatizada que as outras. A regra geral é que, depois de desconsiderar a vogal "leve" final (seguida ou não de R ou S), o último koh seja enfatizado na pronúncia. É importante lembrar que vogais "apoiantes" (I, Y, U) se unem com a vogal anterior e perdem seu estado de koh, mesmo quando seguidas de consoante (exceto L final).
Veja alguns exemplos (ênfase sublinhada):
SKOLA, VIRUS, PAYA, SAI, SAE, OBY, SIDAD, MASAŊ, VILAUŊ, SABIÁ,
HUBEULA, FERIADU, PERIUDU, PERIODKU, PAUTA, SAOVA, HAUL.
A separação de sílabas é diferente entre um texto normal e uma letra de música
3 - Palavra
Nesta seção são abordadas as palavras e suas características, como classe, gênero e número, entre outros detalhes.
3.1 - Classe
É importante saber a que classe uma palavra pertence, quais são os seus "rótulos", para saber se ela deve ser mais enfatizada, se modifica outra palavra ou inicia uma nova ideia, se ela pode ser alterada para indicar alguma nuance de informação...
Em braziliã, existe uma polarização entre conteúdo e função. As palavras mais voltadas para conteúdo são mais independentes em significado, mas precisam de outros artifícios que indiquem seu papel no discurso. Já as palavras mais voltadas para função têm significado mais relativo, mais dependente. São as palavras de função que organizam e lapidam as palavras de conteúdo, fazendo o discurso ter vida. Enquanto as classes de conteúdo são abertas à criação e importação de termos, as de conteúdo formam um grupo mais fechado. As palavras de conteúdo podem receber acoplamentos (pequenas partes "grudadas", chamados também de prefixos, sufixos, e outros) que as de função não podem, e o inverso também é verdadeiro.
A á /a/
B be /be/
C ce /ʃe/ * Como em 'cachê'
D de /de/
E e /e/ * Deve ser Ê do português, mas pode ser É
F ef /ɛfj/
G ge /ge/ * Como em 'gueto'
H há /ha/ * Como em 'rato'; RR ou H em inglês
I i /i/
J jota /ˈʒɔtə/
K ká /ka/
L éli /ɛlj/
M em /emj/
N en /enj/
Ŋ eŋ /e ̃j/ * Como no final da cidade 'Itanhaém'
O o /o/ * Deve ser Ô do português, mas pode ser Ó
P pe /pe/
Q qe /kwe/ * Deve ser 'qüê', com a "curvinha" do U
R re /ɾe/ * Como na bebida 'tererê'
S ési /ɛsj/
T te /te/
U ú /u/
V ve /ve/
W wá /gwa/ * Como em 'aguado'
X ex /ɛks/ * Como no filme 'X-Men'
Y y /ɨ/ * Quase U sem "bico"
Z ze /ze/
Escolhi transcrever o som curto de /i/ como /j/ porque depois de consoantes "sem voz", pode ser realizado sem voz também.
2.4 - Sílaba
Uma sílaba é formada por no mínimo 1 letra de vogal.
Em braziliã, existem 5 tipos de posições/espaços dentro de uma sílaba em que uma letra pode estar situada:
1. kapu ("capo", cabeça, palavra de origem italiana): pode ser ocupada por qualquer consoante, menos Ŋ.
2. brasu ("braço"): pode ser ocupada por consoantes mais brandas, mais próximas de vogais, como L, R, Ŋ e também as vogais I, Y e U quando se juntam com a vogal seguinte. Essas vogais podem ser fonologicamente separadas, mas na ortografia ficarão na mesma sílaba.
3. koh ("cór", coração): representa o núcleo da sílaba, ocupada pela vogal principal e única parte obrigatória da sílaba, que é ortograficamente considerada na contagem de sílabas da palavra.
4. perna ("perna"): pode ser ocupada, assim como o brasu, por vogais que se uniram com a principal na mesma sílaba e por consoantes como L, R, H e principalmente Ŋ. Essas consoantes normalmente mudam sua pronúncia quando ocupam posição depois do núcleo da sílaba, ou koh, se comparadas com sua pronúncia nas posições antes do núcelo.
5. koda ("coda", cauda, de origem italiana): pode ser ocupada por quaquer consoante, menos as que são tratadas como perna. Nesta posição, muitas consoantes modificam sua pronúncia ou ganham um /j/ depois (ou antes, no caso de Z), podendo ser analisado fonologicamente como uma nova sílaba, mas fica na mesma sílaba na ortografia.
Estranhamente, uma koda pode aparecer no início de uma palavra antes do kapu, mas será considerada como da mesma sílaba. Se comporta como uma koda, com as modificações habituais (parecendo às vezes uma sílaba separada). O exemplo mais comum é PNEU, onde P recebe um som de vogal para separá-lo do N, como /j/, /i/ ou até ampliando para /e/. Apesar disso, é omitido na ortografia e considerado como parte da mesma sílaba.
O termo krona, formado por letras de cada uma das 5 posições, é usado para designar a posição de uma letra na sílaba. Por exemplo, se pode dizer que a krona da letra U em AULA é perna, e a krona das letras A na mesma palavra é koh.
Vejamos alguns exemplos de análise silábica com krona:
O, EU, TU, OJ, GAZ, BRY, GNU, SKOLA, PAI, MAIŊ, AE, EROI, SPORT, OŊD, ONBUS, ONX, PRAIA, SAI, SAE, DUEŊD.
Em especial, as 3 vogais "leves" (I, A, U) no fim da palavra podem ser afetadas pelo som seguinte (podem perder sua "voz", se transformar em semivogais, ou ainda simplesmente sumir, no caso da letra A seguida de vogal não tônica). Se pode dizer que essas vogais finais apenas "colorem" a palavra, não recebendo ênfase em sua pronúncia. Para que elas recebam ênfase, é preciso indicar com um acento agudo (´). Normalmente, apenas A recebrá acento, enquanto I e U podem ser substituídos por E e O.
A língua braziliã distingue acento silábico, ou seja, em toda palavra existe uma sílaba que é mais enfatizada que as outras. A regra geral é que, depois de desconsiderar a vogal "leve" final (seguida ou não de R ou S), o último koh seja enfatizado na pronúncia. É importante lembrar que vogais "apoiantes" (I, Y, U) se unem com a vogal anterior e perdem seu estado de koh, mesmo quando seguidas de consoante (exceto L final).
Veja alguns exemplos (ênfase sublinhada):
SKOLA, VIRUS, PAYA, SAI, SAE, OBY, SIDAD, MASAŊ, VILAUŊ, SABIÁ,
HUBEULA, FERIADU, PERIUDU, PERIODKU, PAUTA, SAOVA, HAUL.
A separação de sílabas é diferente entre um texto normal e uma letra de música
3 - Palavra
Nesta seção são abordadas as palavras e suas características, como classe, gênero e número, entre outros detalhes.
3.1 - Classe
É importante saber a que classe uma palavra pertence, quais são os seus "rótulos", para saber se ela deve ser mais enfatizada, se modifica outra palavra ou inicia uma nova ideia, se ela pode ser alterada para indicar alguma nuance de informação...
Em braziliã, existe uma polarização entre conteúdo e função. As palavras mais voltadas para conteúdo são mais independentes em significado, mas precisam de outros artifícios que indiquem seu papel no discurso. Já as palavras mais voltadas para função têm significado mais relativo, mais dependente. São as palavras de função que organizam e lapidam as palavras de conteúdo, fazendo o discurso ter vida. Enquanto as classes de conteúdo são abertas à criação e importação de termos, as de conteúdo formam um grupo mais fechado. As palavras de conteúdo podem receber acoplamentos (pequenas partes "grudadas", chamados também de prefixos, sufixos, e outros) que as de função não podem, e o inverso também é verdadeiro.
Veja na tabela abaixo a classificação das palavras, com equivalentes em português entre parênteses. Especificações serão feitas sobre essa classificação geral mais adiante.
O conceito de classes se confunde com a posição que uma palavra pode ocupar no discurso. Em geral, cada classe tem uma posição mais ou menos definida, mas uma palavra de uma classe pode ocupar uma posição diferente, alterando seu papel e também seu significado. Ainda assim, em braziliã, a classificação é feita pelas características ou posição mais originais da forma da palavra e não em cada posição como uma classe diferente.
Nom: é a referência ou imagem mental mais básica. Nos nomes de conteúdo, nuances de informações podem ser adicionadas acoplando pequenas partes no início ou fim da palavra, às vezes criando novas palavras. É o grupo mais aberto, importando termos ou criando a partir de aglutinações.
Qali: é a referência ou imagem mental secundária, tornando praticamente infinita a quantidade de informações que podem ser adicionadas sobre um nome.
De fato, essa classe partilha muitos atributos com os nomes, porém a diferença pode estar na formação da imagem mental. Por exemplo, quando se diz "caderno", alguém pensa simplesmente num caderno, com características normais ou as primeiras que vem à memória, mas quando se diz "amarelo", alguém pensa na primeira coisa que tem essa característica de "amarelo". Em ambos os casos, tinha "coisas": o "caderno" e a "coisa" amarela. Então, as qali são conceitos dependentes, mesmo quando ocupam a posição de nome numa frase.
Verbu: é o principal mediador dos compontentes do discurso, transmitindo a ideia de ação, estado ou fenômeno. Sua forma básica (seŋ fiŋ, o "infinitivo" do português) é como uma imagem mental de um processo sem tempo definido. Porém, pode ser conjugado: informações "particulares" inseridas no verbo, como pessoa, tempo e modo, tornam essa palavra capaz de expressar uma ideia completa, mesmo sem o uso de qualquer outra palavra separada.
Partiqa: é a palavra que não se encaixa bem nas características das outras 3 classes. Pode ser uma expressão isolada, ou uma partícula que hierarquiza componentes de uma frase ou coordena até frases inteiras.
3.2 - Gênero
No contrário da tendência de alguns idiomas de excluir a indicação de gênero, o braziliã se caracteriza por um sistema inclusivo de 3 gêneros, cada um com uma vogal final associada: dubi (dúbio, com o final -i), maci (masculino, terminando em -u) e femi (feminino, de final -a). Para mais informações sobre gênero, ver o post Minhas amigas e meus amigos.
Apesar dos termos, o gênero não é apenas um indicador biológico, mas é usado como um marcador gramatical em todos os nomes, e depois, por concordância, em adjetivos, pronomes e outras classes também. A vantagem é que se pode ter, de uma mesma raiz, até 3 palavras com significados desde muito semelhantes até muito diferentes.
O gênero dubu pode ser usado nas seguintes situações:
- Quando alguém sabe que a palavra supõe gênero biológico, mas não se sabe especificamente qual é, ou não se quer especificar. (caráter indefinido)
- Para indicar que tanto masculino como feminino podem ser incluídos. (caráter comum)
- Nas referências primárias a seres sem sexo perceptível (insetos, peixes), seres infantis, divinos, e também alguns nomes importados de idiomas que não marcam gênero na construção das frases. (caráter neutro)
A formação do gênero feminino através da adição de sufixo sobre o nome masculino cria um desequilíbrio entre os gêneros e portanto deve ser evitado. Soluções mais apropriadas são a mudança da vogal leve final, uso de sequências fonéticas, uso do sufixo igualmente em todos os gêneros e um adjetivo como gênero dúbio entre palavras com raízes muito diferentes.
Existe ainda uma distinção entre palavras que têm um sentido não animado (objetos, conceitos) e as que têm sentido animado (animais, pessoas, seres divinos ou humanizados). Nas primeiras, o gênero tem caráter puramente gramatical e os finais das palavras não precisam estar alinhados com aqueles associados ao gênero. Por isso, é importante sempre memorizar o artigo (dubi = e /e/, maci = u /u/, femi = a /a/, palavrinha que dá informação de definição e gênero ao nome.
De acordo com o gênero, as palavras podem ser:
duba
e umani, e y, e aŋ, e hept
maca
u om, u kahu, u pé, u lema
fema
a mye, a hua, a sy, a fotu
variav - Podem ter sua forma alterada para indicar gênero. Em alguns casos, a altura da vogal na sílaba forte também muda, formando uma sequência fonética. Nos dicionários, a forma que aparece é a com gênero dúbio, com especificações sobre o a formação do masculino e feminino quando necessário.
e gati, u gatu, a gata (alternância da vogal leve final)
e hei, u hoi, a hai (sequência fonética horizontal, indicada na ortografia)
e vó /vu/, u vó /vo/, a vó /vɔ/ (sequência fonética vertical, não indicada na ortografia)
e bovini, u boi, a vaka (adjetivo representando o gênero dúbio)
komuŋ - são também variáveis em gênero, mas não mudam sua forma. O que muda são as palavras relacionadas, que devem concordar. Não é incomum em nomes de animais e adjetivos.
e galiŋ, u galiŋ, a galiŋ
e gati jub, u gatu jub, a gata jub
Alguns nomes são invariáveis, mas fazem referência a seres humanos, de qualquer gênero ou até mesmo quando apenas um gênero biológico está incluído. Portanto, essas palavras têm um gênero gramatical definido, mas com um significado mais neutro.
a pesoa, e juri, u kazal
Em braziliã, até os verbos têm um gênero indicativo para lembrar da pronúncia e da concordância caso sejam usados na posição de nom.
3.3 - Número
Em braziliã, a informação de quantidade (distinção entre singular e plural) não é marcada na maioria das palavras, senão num grupo especial de qali:, com a adição da consoante "leve" final -s. Note que sua pronúncia é bem variada, dependendo do som seguinte e ainda do sotaque, podendo ser realizado como /s,z,ʃ,ɣ,j/ ou até não ser pronunciada.
e, u, a / es, us, as
uŋi, uŋu, uŋa / uŋis, uŋus, uŋas
isu, esi, esa / isus, esis, esas
ilu, eli, ela / ilus, elis, elas
miŋ, meu, miŋa / miŋs, meus, miŋas
tai, teu, tua / tais, teus, tuas
sai, seu, sua / sais, seus, suas
nosi, nosu, nosa / nosis, nosus, nosas
(apenas plural) varis, varus, varas
serti, sertu, serta / sertis, sertus, sertas
taŋti, taŋtu, taŋta / taŋtis, taŋtus, taŋtas
oti, otu, ota / otis, otus, otas
(plural em -z) qal / qaz
Além dessas, vários tipos de sufixos podem ser agregados a nomes para dar um sentido de coletividade, como -(r)ada em bicu tornando-o bicarada, ou -ia em awa tornando-a awaria. Outra ferramenta é o uso de expressões complementares, como tudu, muiŋt(i/u/a), uŋ moŋt di ..., forsa di ..., e mais.
Essa perda do -s e do plural, junto com a construção das frases em tópicos, tem afetado a conjugação de verbos na linguagem popular do Brasil. Isso será discutido mais tarde.
3.4 - Outras maneiras de formar palavras
Além das informações de gênero e número, muitas outras podem ser indicadas agregando partículas na palavra principal. Em alguns casos, as partículas "comem" o final da palavra (aglutinação); em outros, uma letra de apoio aparece (epêntese). Veja a seguir o tipo de informação agregada e suas partículas:
Ainda estou trabalhando nessa parte. Por isso, pode ser que mude.
(Tamanho ou intensidade: agregada em nom e qali, mas também em outras palavras nessas posições)
-(z)iŋ: diminuição, "pequeno" (mais qualificador)
-(i)q(i/u/a): diminuição, "minúsculo" (mais como formador de novas palavras)
-(z)oiŋ (dubi), -(z)auŋ (maci), -(z)oa (femi): aumentação, "grande"
-(z)asi (d.), -(z)asu (m.), -(z)asa (f.): aumentação; intensidade, "muito" (substitui o antigo -ísim(i/u/a))
-oz(i/u/a), -eŋt(i/u/a): com tal característica, "cheio de" (a pronúncia de -o- sofre sequência fonética)
-ud(i/u/a): aumentação de uma parte, "que tem ... grande"
(Coletividade ou intensidade: agregada a nom)
-(ar)ada, -ria, -(ar)ama, -(ay)ada: quantidade grande, aglomero (o final leve é cortado e o gênero para femi antes de acrescentar esse final)
-eru, -aral, -arel: (mesmo caso anterior, mas o gênero fica maci)
(Direção, posição ou caso: é na maioria formada por partículas do latim e do grego agregadas no início da palavra. É recomendada a desagregação para evitar redundância e facilitar o entendimento)
a(?)-: "a, em, para" (vale igual as preposições ha, iŋ e pa; ? pode ser uma consoante)
iŋ-: "não", "em", "dentro" (vale igual o advérbio nauŋ e a preposição iŋ)
(e)(s/z)-: "fora"
ko(ŋ)-: "com" (vale igual a preposição quŋ, no sentido de algo "junto")
de-, di(s/z)-: reverso, "ao contrário", "sem" (no sentido de "sem", vale igual a preposição seŋ)
per-, por-, tra(ŋ)(z)-: através, além, "por" (vale igual a preposição pur)
su(r)-, super-: "em/de cima", veio de "sobre-, super-" em português (vale igual a preposição sur, "sobre")
su(b)-, so-: "em/de baixo" (vale igual a preposição sob)
pre-: "antes" (vale igual o advérbio aŋts)poz-: "após, depois" (vale igual a preposição poz e o advérbio depois)
iŋter-: "entre" (vale igual a preposição eŋtri)
(Mudança de classe: agregada no final da palara pra mudar de classe. Em geral, é formada uma palavra nova, com significado relacionado)
-(?)k(i/u/a): "de, com", passa para qali (vale igual a preposição di e quŋ, no sentido de posse ou fonte/origem)
-(a)d(i/u/a): mesmo do anterior, mas é tecnicamente uma forma verbal em posição de qali.
-(dad): "característica de quem é, dado", passa para nom femu (esse final agora é opcional, pois o próprio adjetivo pode estar na posição de nom)
-(a/e)d(a/u): "ação de", passa para verbu em posição de nom (substitui o português -ção)
-((a)meŋt): "da maneira", torna a qali mais indireta (advérbio, opcional também, pois o próprio adjetivo pode ser usado para substituir outro)
-(i)á, -e: "-ar/-er", passa para verbu na forma básica (depois pode ser conjugado como qualquer verbo regular. Ver no próximo tópico)
Ainda muitos outros afixos poderiam ser listados aqui. Em princípio, eles são formas adaptadas do português.
Duas palavras com significado completo podem ser combinadas para criar um novo significado: em português, elas podem ser ligadas por um hífen ou separadas por espaço (composição), ou podem ser "grudadas" (justaposição), às vezes fundindo ou perdendo alguma letra no meio (aglutinação). Em braziliã, as que eram separadas por hífen agora ficam separadas, a não ser que forme uma frase com sentido (nesse caso, é melhor grudar tudo, pois poderia causar confusão na hora de entender a frase completa).
A tendência do braziliã é separar as partes. Por exemplo, o prefixo latino ex-, no sentido de "que não é mais", se tornou a qali separada "ez /ejs/"; a palavra composta "verde-oliva" fica verd oliva. Ao mesmo tempo, algumas aglutinações do Tupi surgem na contra-mão dessa tendência: y (/ɨ/, "rio") e ú (/u/, "comida") funcionam como palavras e partículas ao mesmo tempo, formando palavras como Janery (Rio de Janeiro) e itayanú (comida "de italiano", comida italiana). Outras aglutinações são muito comuns em nomes de cidades brasileiras de origem tupi.
3.5 - Conjugação
Os verbos ( formam um grupo especial de palavras que mudam sua forma para acrescentar informação da pessoa que "usa" o verbo e quando/como o verbo é "usado". Esse processo se chama conjugação. Alguns verbos tomam forma específica, mas a maioria segue um padrão regular.
Os verbos regulares são na maioria de conteúdo e representam algum tipo de ação, estado ou acontecimento. Existem dois grupos de verbos de acordo com o final na forma básica (a que aparece no dicionário): o grupo -Á (com gênero indicativo feminino) e o grupo -E (na maior parte de gênero masculino, mas também dúbio). A tabela a seguir mostra as formas usadas e como são conhecidas:
Na parte de pronúncia, o símbolo /E/ é realizado como /e/ na maioria dos verbos, mas em alguns, a pronúncia sobe para /i/ na sílaba forte. Esse grupo pequeno de verbos têm o gênero indicativo dubu.
Bazi ("Base", "básica"): É a forma que aparece no dicionário. Vale igual o infinitivo do português, sendo usado depois de outros verbos (especialmente os de função, para aumentar a quantidade de informação de tempo e modo/aspecto) ou quando uma preposição abre uma nova parte na frase. Pode ser usada na posição de nom dubu para fazer referência a um conceito. Aparece em ordens impessoais escritas.
1a ("primeira", "primária"): é usada para indicar um hábito ou condição que se aplica no momento em que se fala ou também para confirmar uma ação no futuro. Pode ser usada também em ordens diretas (a força pode ser regulada pelo tom de voz).
A pronúncia da sua primeira forma sofre sequência fonética.
Kabada ("acabada"): faz referência direta de algo que se completou agora mesmo ou num passado muito remoto.
Ez ("ex"): é usada para indicar um hábito ou condição no passado, que não se aplica mais no momento em que se fala.
Adiva ("ativa"): representa um processo em andamento. Normalmente precisa de um verbo auxiliar colocado antes para indicar o tempo em que o processo está acontecendo. Pode ser usado na posição de qali ou nom (mudando a vogal final leve de acordo com o gênero) no valor de "algo ou alguém que está ..., conforme o verbo usado".
Pasiva ("passiva"): faz com que a pessoa que "usava" o verbo seja a pessoa que "sofra" os efeitos do verbo. Funciona parecido com a forma adiva, com verbo de função antes e podendo ser qali ou nom, indicando "algo ou alguém que é ..., conforme o verbo usado".
Dita ("dita"): essa forma, derivada do futuro condicional do português, agora funciona como uma afirmação indireta, para dizer algo que ouviu de outra pessoa, acusar ou sugerir. Para indicar melhor o tempo, um verbo de função pode ser colocado antes.
Nas formas 1a e kabada, tem a distinção entre 3 "pessoas":
Iŋterna: se refere à própria pessoa que está falando, ou seja, eu. A escolha de escrever ou esconder o pronome eu é opcional.
Sterna: se refere a todas as outras pessoas definidas, e elas devem ser apresentadas na frase pelo menos uma vez. Porém, em alguns casos, o sujeito da frase não aparece, indicando um fenômeno natural.
Iŋdefineda: é usada sem pronome para indicar que não se sabe quem está "usando" o verbo, ou como uma forma indireta de acusação. Em alguns dialetos, essa forma pode aparecer na referência a mais de uma pessoa, sem incluir as que estão falando (vocês e/ou eles).
Com informação de pessoa, tempo e modo, é possível escrever algo com sentido usando só um verbo conjugado:
Ex.: sofrí. [Traz a informação principal (sofre "sofrer"), quem sofreu (eu), quando (no passado) e como (percebido como um acontecimento ou ciclo que já se completou, não como um hábito)]
Isso é diferente escrever: dezeŋá ["desenhar", mas sem informação suficiente pra formar uma frase com sentido]
Veja a conjugação de alguns verbos regulares:
Amá /a'ma/ f. ("amar") - amu, ama, amu - amei, amo, amaru - amava - amanu, amadu - amaria
Kohe /ko'he/ m. ("correr") - kohu, kohi, kohi - kohí, koheu, koheru - kohea - kohenu, kohedu - koheria
Veste /vEs'ti/ d. ("vestir") - vestu, vesti, vesti - vestí, vesteu, vesteru - vestea - vestenu, vestedu - vesteria
Diferente dos regulares, os verbos irregulares são normalmente verbos curtos de função, com algumas formas adicionais e devem ser aprendidos individualmente.
4 - Vocabulário
Achei necessário fazer uma seção sobre vocabulário, por braziliã ser uma língua derivada diretamente do português do Brasil (PT-Br). Já vai ser possível então descobrir como uma palavra em português pode ser transformada numa em braziliã.
Quem sabe escrever bem em português do Brasil vai achar estranho que muitas palavras sofreram simplificação além da simples mudança de letras. O principal motivo é pelo que já acontece na linguagem popular, mas também é para aproveitar os pontos fortes da escrita e evitar seus pontos fracos.
4.1 - Transcrição
A primeira etapa para formar uma palavra em braziliã partindo do PT-Br é reescrever de acordo com a ortografia braziliã (siglado em BZ porque BR já é destinado para a língua bretã, pelo menos nos códigos de teclado).
Para não estender muito essa página, optei por colocar exemplos de palavras em PT-Br indo para BZ, com informações ao lado. Ao aparecer duas palavras em BZ entre X, é porque será sugerido outro grau de simplificação: na forma da palavra (seguindo a palavra raiz ou principal), para cortar alguma redundância, substituição por palavra curta de origem indígena (principalmente do tupi antigo ou da língua brasílica), abreviação, ou outro motivo específico.
! Atenção: ainda não estou tão seguro de simplificações mais locais que estão sendo implantadas como gerais da linguagem popular. Por isso, pode haver mudanças nessa parte, e também noutras partes da página como um todo.
A lista abaixo está ordenada de forma construtiva, ou seja, para que o falante de PT-Br possa ir acompanhando o processo de transformação mais facilmente. Confira antes os símbolos do Alfabeto Fonético Internacional (AFI) se você não está familiarizado com eles.
PT-Br > BZ /AFI/ : Informação
a pá > a pá /'pa/ : palavras de conteúdo com 1 sílaba mantêm o acento em A para facilitar o fluxo da leitura.
já > ja /ʒa/ : palavras de função podem ficar sem acento quando têm 1 sílaba.
a fé > a fe /'fɛ/ : a letra E não precisa mais de acento no final das palavras se não conflitar com outra palavra.
o pé > u pé /'pɛ/ : manteve o acento pra evitar conflito com a contração pe (pa "para" + e "artigo dúbio").
o bidê > u bide /bi'de/ : no final de cada palavra, a pronúncia de E e O deve ser memorizada.
aí > ae /a'E/ : o fonema /E/ aqui quer dizer que pode ser pronunciado em qualquer altura entre /i/ e /e/.
a vida > a vida /'vidə/ : o fonema /ə/ é mais como [ɐ] no final fraco, ou até [a] quando se grita alto a palavra.
sou > so /'so/ : em muitos casos, OU passou pra O, e EI passou pra E.
só > só /sɔ/ : o acento diferencia do verbo so "sou".
EN the tatoo > BZ a tato /ta'tu/ : no final de cada palavra, a pronúncia de E e O deve ser memorizada.
o pulo > u pulu /'pulu/ : o /u/ fraco no final da palavra é escrito com U agora.
mole > moli /'mɔli/ : o /i/ fraco no final da palavra é escrito com I agora.
a idade > a idad /i'dadj/ : o /i/ fraco final pode ser cortado, menos em verbos e em nomes variáveis.
a babá > a babá /ba'ba/
o dedal > u dedal /de'daw/a fita > a fita /'fitə/
a loja > a loja /'lɔʒə/
a norma > a norma /'nɔɹmə/
o tapa > u tapa /'tapə/
a uva > a uva /'uvə/
a zona > a zona /'zonə/
o sapo > u sapu /'sapu/
a capa > a kapa /'kapə/
a cebola > a sebola /se'bolə/
o laço > u lasu /'lasu/
nascido > nasidu /na'sidu/
trouxe > trosi /'trosi/
exceto > esetu /e'sɛtu/
o passe > u pasi /'pasi/
a casa > a kaza /'kazə/
o verso > u versu /'vɛɹsu/
o transe > u traŋzi /'trə̃zi/
o exame > u izam /i'zəmj/
o gás > u gaz /'gajs/
o vírus > u virus /'viɾus/
o chá > u cá /'ʃa/
o xerife > e cerifi /ʃe'ɾifi/
o maxixe > u macic /ma'ʃiʃj/
a creche > a krec /'kɾɛʃj/
o fax > u fax /'faks/
o táxi > u taxi /'taksi/
a gota > a gota /'gotə/
o grito > u gritu /'gɾitu/
o gelo > u jelu /'ʒelu/
o guichê > u gice /gi'ʃe/
a água > a awa /'agwə/
quente > keŋt /'kẽtj/
qual > qal /'kwaw/
a horta > a orta /'ɔɹtə/
o ralo > u halu /'χalu/
o erro > u ehu /'eχu/
o amor > u amoh /a'moɹ/o dólar > u dolar /'dɔləɹ/
chorar > corá /ʃO'ɾa/ : o fonema /O/ varia em altura dependendo do sotaque.
(nasais finais que não faziam parte da sílaba forte foram perdidos)
o mapa > u mapa /'mapə/
a sombra > a soŋbra /'sõbɾə/
o marfim > u marfiŋ /maɹ'fij̃/
o homem > u ómeŋ > u om /'omj/
fizeram > fizérauŋ > fizeru /fi'zɛɾu/
cômico > komku /'komjku/
o gelo > u jelu /'ʒelu/
o guichê > u gice /gi'ʃe/
a água > a awa /'agwə/
quente > keŋt /'kẽtj/
qual > qal /'kwaw/
a horta > a orta /'ɔɹtə/
o ralo > u halu /'χalu/
o erro > u ehu /'eχu/
o amor > u amoh /a'moɹ/o dólar > u dolar /'dɔləɹ/
chorar > corá /ʃO'ɾa/ : o fonema /O/ varia em altura dependendo do sotaque.
(nasais finais que não faziam parte da sílaba forte foram perdidos)
o mapa > u mapa /'mapə/
a sombra > a soŋbra /'sõbɾə/
o marfim > u marfiŋ /maɹ'fij̃/
o homem > u ómeŋ > u om /'omj/
fizeram > fizérauŋ > fizeru /fi'zɛɾu/
cômico > komku /'komjku/
a nave > a nav /'navj/a lança > a laŋsa /'lə̃sə/
o hífen > u ífeŋ > u if /'ifj/
a maçã > a masaŋ /ma'sə̃/
o ímã > u ímaŋ > u ima /'imə/
não > nauŋ /'nəw̃/
o órgão > u órgauŋ > u orgu /'ɔɹgu/
o cone > u kon /'konj/
(NH passa pra IŊ; se precedido de E ou I, colocar apenas Ŋ; se seguido de I ou U final fraco, cortar o final;
INH que fazia hiato passa pra EŊ; o final fraco no diminutivo que era variável deve ser retirado até no feminino)
a banha > a baiŋa /'bəj̃ə/
o desenho > u dezeiŋu > u dezeŋ /de'zej̃/
a linha > a liŋa /'lĩə/
a bainha > a baeŋa /ba'ĩə/
o sonho > u soiŋu > u soiŋ /'soj̃/
gatinho, gatinha > gatiŋ /ga'tĩ/
(LH passa pra Y; se for próximo de U ou I, estes podem ser cortados para facilitar a fala )
a bolha > a boya /'boɰə/
o carvalho > u karvayu > u karvay /kaɹ'vaɰ/
o detalhe > u detayi > u detay /de'taɰ/
a tulha > a tuya > a tya /'tɨə/
o milho > u miyu > u my /'mɨ/
5 - Exemplo
Aqui vou postar alguns exemplos de frases e textos para testar a funcionalidade do idioma e ver ele na prática, numa situação mais real.
Sege (+ verbu) /se'gi/ [verbu d.]: PT conseguir / EN can, be able to
Dmirá /dj.mi'ɾa/ [verbu f.]: PT admirar / EN admire
. . .
o hífen > u ífeŋ > u if /'ifj/
a maçã > a masaŋ /ma'sə̃/
o ímã > u ímaŋ > u ima /'imə/
não > nauŋ /'nəw̃/
o órgão > u órgauŋ > u orgu /'ɔɹgu/
o cone > u kon /'konj/
(NH passa pra IŊ; se precedido de E ou I, colocar apenas Ŋ; se seguido de I ou U final fraco, cortar o final;
INH que fazia hiato passa pra EŊ; o final fraco no diminutivo que era variável deve ser retirado até no feminino)
a banha > a baiŋa /'bəj̃ə/
o desenho > u dezeiŋu > u dezeŋ /de'zej̃/
a linha > a liŋa /'lĩə/
a bainha > a baeŋa /ba'ĩə/
o sonho > u soiŋu > u soiŋ /'soj̃/
gatinho, gatinha > gatiŋ /ga'tĩ/
(LH passa pra Y; se for próximo de U ou I, estes podem ser cortados para facilitar a fala )
a bolha > a boya /'boɰə/
o carvalho > u karvayu > u karvay /kaɹ'vaɰ/
o detalhe > u detayi > u detay /de'taɰ/
a tulha > a tuya > a tya /'tɨə/
o milho > u miyu > u my /'mɨ/
(mais em breve)
5 - Exemplo
Aqui vou postar alguns exemplos de frases e textos para testar a funcionalidade do idioma e ver ele na prática, numa situação mais real.
Lex (vocabulário):
Y /'ɨ/ [nom d.]: PT rio / EN river
Uni /'u.ni/ [qali v.]: PT preto, escuro / EN black, dark
Stumá (+ verbu) /js.tu'ma/ [verbu f.]: PT costumar / EN use to Sege (+ verbu) /se'gi/ [verbu d.]: PT conseguir / EN can, be able to
Dmirá /dj.mi'ɾa/ [verbu f.]: PT admirar / EN admire
. . .
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